Biscatagem e moralismo são incompatíveis. Moralismo se incomoda com a biscatagem. Moralismo significa uma aplicação de limitações e regras de conduta – sobretudo em relação ao próprio corpo – que reivindicam uma forma de agir “mais iluminada”, “correta”, tolhendo a diversidade das pessoas e das ações humanas em seus mais variados aspectos. Biscatagem é o oposto. A regra da biscatagem é não ter regra. Biscatagem é o querer. É o fazer sempre consigo mesma e jamais com outrem.
Outrem geralmente, não sendo biscates, não tratam-nos assim.
Cruze as pernas. Tire os pelos. Vista branco. Não transe. Transe. Só transe. Ame. Não se apaixone. Controle. Reprima. Solte. Imperativos e mais imperativos.
A biscatagem vai ainda além. Provoca o moralismo porque se trata essencialmente também de sexo. Moralismo de direita, de esquerda, moralismo que se reivindica feminista, moralismo que se reivindica conservador, religioso, enfim. Todinhos eles se incomodam com a conduta sexual das mulheres de todos os tipos. Já que nós biscates damos é risada de suas regrinhas, acabamos por incomodar ainda mais.
Difícil é ser livre com a sexualidade, seja de si, seja dos outros.
A biscatagem é desejar, essencialmente, a diversidade. Mesmo quando ela nos incomoda.
[e as tirinhas foram especialmente escolhidas, de uma autora biscate que tem incomodado bastante: Laerte]
Amei!
Na verdade, estou a cada dia mais apaixonada por esse blog!!
Lendo e aprendendo. Que feliz…
Muito bom, Má!
ahahah shooow
Concordo em especial com o “difícil é ser livre com a sexualidade . . .”.
Perfeito.
Adoooooro provocar os moralismos!!!
E como tem gente moralista, né? Vida de biscate é tão mais interessante que todo mundo quer cuidar! hahaha
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