Era uma vez outra biscate – que já contei tantas histórias de biscates nessas sextas-feiras, não? – e ponto.
Essa biscate era antenada. Ligada. Pós-modernizada. Defendia o direito biscate aqui e ali. Falava de liberdade, falava de opressão. Reivindicava. Suava. Biscate que dava.
Tinha um segredo.
Não dizia a ninguém, tinha medo.
Essa biscate, tão feminista, fantasiava submissa. De quatro, amarrada, couro e correntes, apanhava. Xingava, gritava e gozava de dor.
A biscate gostava era de violência. Difícil assumir. Apontavam-lhe dedos, discursavam nos mais diversos palanques: sobre a fantasia, a pornografia, a dominação.
Até que assumiu. Assumiu e, como biscate que era, bancou.
Pois qual não foi a surpresa das outras – feministas mas tão, tão moralistas – descobrindo que a violência podia sim, ser liberdade. Biscatagem da mais pura, autêntica: bastava que ela dissesse “sim – faço porque quero”.
Biscate quando gosta de alguma coisa, assume. E como dizem, tapa de amor não dói (assim como chicotadas, mordidas, mordaças, arranhões…)
Adoro seus textos, Mari!
Mari Moscou, biscatági a serviço da quebra de paradigmas.
A bisca aí quebra tabu, viu! Isso mesmo, a violência, nesse caso, deixa de ter essa conotação ofensiva e passa a ser considerada “boa” por expressar a livre escolha da mulher. Liberdade de ser e de sentir o que se deseja!
Amei, Mari! Post libertador, libertário. \o/
Não interessa do que gostamos a não ser a nós mesmas. Não admito que ninguém — nem mesmo as feministas — determine o que devo ser, gostar ou agir. Sou livre para ser o que sou e assumir isso, sambando na cara dessa sociedade moralista e hipócrita. Não é nos prendendo a conceitos e comportamentos preconcebidos que iremos nos libertar.
Ser feminista é poder ser o que quiser, inclusive biscate.
Beijo!
Suaslindas todas e todos que comentaram. ❤
Adorei!
Sempre acreditei que entre 4 paredes vale tudo, desde que seja consentido pelos dois e que ninguém se sinta nem constrangid@ e nem humilhad@.
Bjusss
O que é bom e saudável para um casal ou três ou mais, não cabe criticar, viva a liberdade!!!!
Gostei. 🙂
Adorei 😀
Bão. Eu não vi polêmica aqui 😛
Posso polemizar, então? Violência consentida é violência?
Vamos lá moçada, quero um post sobre sadomasoquismo aqui… Conceitos! Conceitua aí pro povo não sair batendo a torto e a direito e repetindo aquele bordão horroroso de que “toda mulher gosta de apanhar”. Até porque isso não está no post, mas né, vamos desenhar porque pra quem não tem a menor familiaridade com o assunto seria bom uma seqüência desse post, mais explicadinha… Bejos!
Então, mas será que a violência consentida no erotismo é só S&M? Um tapa na bunda, por exemplo, não é necessariamente S&M… É?
Adorei!! 😀
Muito bom. É complicado pra uma feminista assumir que sente prazer na submissão, mesmo sendo ela consentida.
Ué, Sueli. Não entendi por que seria complicado… Por ser possivelmente julgada mesmo entre feministas?
Exatamente.